Ultimamente, na minha busca por informações religiosas e científicas sobre questões filosóficas acerca da existência de Deus, e sobre o Bem e o Mal, tenho-me deparado com um acérrimo debate entre a Ciência e a Religião, com os “fundamentalistas” ateus de um lado e os literalistas bíblicos do outro. Encontramos posições extremamente radicalizadas – passe a redundância – tanto por parte de quem se diz orgulhoso por ser ateu, como por parte de quem se sente ofendido por ouvir dizer que Deus não existe, que o Universo surgiu de uma explosão: o Big Bang, ou que o ser humano foi evoluindo ao longo de milhões de anos!
Começo pelo fim, porque se sentirão ofendidos os crentes de um Deus criador, os chamados criacionistas, por se afirmar que o ser humano nem sempre foi como é hoje? Será que a evolução das espécies retira valor à divindade do Criador? O evolucionismo menosprezará Deus? Creio que não, aliás, tenho a certeza que não, pois tem tanto mérito criar um símio ou hominídeo com capacidade de auto-adaptação e evolução, como criar um ser humano já adaptado como nos conhecemos hoje. Melhor, acho até que é bem mais difícil – e como tal tem mais valor – ser possível criar um organismo simples que conseguirá evoluir, dividir-se, multiplicar-se e continuar evoluindo dando origem a múltiplas espécies animais distintas, ao longo de milhões de anos.
Será que a ofensa aos crentes se deve a um orgulho ferido por terem acreditado naquilo que lhes foi contado e transmitido ao longo de séculos e hoje se sabe não ser verdadeiro? Não há como negar as evidências das descobertas arqueológicas, mas isso não mata Deus nem o menospreza. Agora, já não dá para admitir que o mundo tenha sido criado 4000 anos antes da nossa Era, ou seja aproximadamente há seis mil anos! Hoje também já não é possível acreditar que o homem foi criado a partir do barro e a mulher foi extraída duma costela do homem. Isso são metáforas, e por gentileza, entendam isso! Sem ofensas.
O que se menciona nas escrituras consideradas sagradas são metáforas que justificaram, em determinadas épocas, o surgimento do mundo e o seu objectivo, para pessoas que ainda não possuíam a compreensão que já se alcançou hoje. Embora a compreensão no momento presente também não seja ainda a mais lúcida, como se pode comprovar nos debates actuais entre ateus e criacionistas.
O Universo pode muito bem ter surgido após uma explosão a que a Ciência chama Big Bang, sim. Isso também não invalida a existência de Deus, pois a Ciência ainda não conseguiu determinar o que existia antes dessa explosão. E o que existia antes era seguramente a Inteligência Divina criadora. Como a partir do nada poderia surgir alguma coisa? Não podia. O nascimento deste nosso Universo foi planeado e projectado pelo Design Inteligente, à parte a conotação que se possa fazer com o neo-criacionismo assim chamado e que muitas vezes é erroneamente chamado Desenho Inteligente, mas que na realidade quer dizer Desígnio ou Plano que é a mesma coisa.
Passemos agora ao segundo ponto: o orgulho ateu. Porque se consideram orgulhosos alguns ateus? Pelo simples motivo de insistentemente se negarem a acreditar em alguma coisa que fica para lá do limite do que a Ciência consegue explicar hoje! O que conduz ao orgulho ou leva a que se ridicularize e ofenda quem ainda não teve capacidade para ver além das suas crenças? E os ateus ao serem ridicularizados ou ofendidos por não acreditarem agora naquilo que se conseguirá provar cientificamente no futuro, como se sentem? E que benefícios isso traz à humanidade?
Aliás, que benefícios há nas lutas fraticidas entre ateus e crentes, ou mesmo entre crentes de diferentes facções religiosas? Apenas se produz desperdício de energia. Energia essa que poderia ser usada em benefício da humanidade, de todos, portanto.
A mim, particularmente, não me choca que A Inteligência Original tenha planeado o surgimento do nosso Universo através duma explosão “inicial” e que foi evoluindo até ao presente momento, e que continuará evoluindo até ao seu final! Também não me choca que A Inteligência Original tenha dado o seu toque “pessoal” (ou divino) ao surgimento de organismos unicelulares num cantinho desta galáxia, num planeta quase minúsculo, num irrelevante sistema solar, permitindo que a vida se auto-desenvolvesse e evoluísse até facultar o aparecimento de seres mais complexos possuidores de consciência e actividade mental com capacidade de elaborar conceitos abstractos capazes de levá-los a duvidar da sua própria origem.
Acredito que no futuro, próximo ou ainda distante, as vertentes científicas e religiosas se unirão e darão surgimento a uma espiritualidade-científica que permitirá a evolução da Ciência consciente (ética e moralmente), o que é fundamental para a harmonia e bem-estar da humanidade.
Encontrei uma filosofia-religiosa que dá alento aos meus conceitos, e que são os de conciliar conceitos filosófico-religiosos com os conhecimentos científicos, o que mesmo assim ainda não é suficiente para me tornar filiado numa religião. Trata-se de uma filosofia teísta, mas interessante:
a Fé Bahá'í.
para saber mais sobre esta religião/filosofia consulte: em Portugal e no Brasil
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